domingo, 28 de dezembro de 2014

Um dia inesquecível

Depois de duas longas semanas se conhecendo, próximo à despedida, ‘ele’ decidiu passear. Ele e uma amiga resolveram alugar um carro, arrumar as “malas” e irem ao Rio de Janeiro.
Durante um dos “últimos” encontros, três dias antes do final de semana, ‘ele’ resolveu convidá-la a ir junto nesse passeio. Na esperança de ouvir um “não” como resposta, ele recebeu um “talvez”. A pessoa disse que, em virtude da viagem que teria a trabalho, precisaria trabalhar no sábado para que não deixasse nada pendente, e que talvez não pudesse ir. Por incrível que pareça, ‘ele’ ficou tranquilo, e por mais que “não quisesse” de fato a companhia, ficou cabisbaixo com a resposta. – Vai entender –.
Haviam combinado de passar a noite da “última sexta-feira” juntos, então ‘ele’ decidiu que, como estavam às vésperas do natal, compraria uma “lembrancinha”. Não queria nada que fosse de muito valor sentimental. Queria algo que fosse “simples”, mas que atingisse o objetivo de ser especial para o momento. Foi ao shopping na quinta-feira anterior e, em meio a uma confusão sobre o que dar ou não, decidiu-se por algo “neutro”.
Na sexta-feira, saíram à noite para jantar. Foram a um lugar onde se podia ouvir um som ao vivo, não que tenha sido o melhor som, aliás, a dupla assassinou não somente o português, mas também qualquer música em inglês que tentaram cantar, ou balbuciar, ou sei lá... Era um lugar bacana, tranquilo, agiram até como se fossem um casal de longa data. Carinhos, abraços, fotos, momentos que ficariam, ou melhor, que ficarão na memória por muito tempo. ‘Ela’ disse que havia resolvido tudo na empresa e que poderia, sim, acompanha-lo ao Rio. ‘Ele’, num misto de sentimentos, não soube como reagir, como se expressar. Ficou feliz, mas, no fundo, ele sabia que aquele passeio seria um momento “crucial” para aquele relacionamento. Foram para casa ‘dela’, curtiram-se tão intensa e unicamente que acabaram dormindo abraçados. Na manhã seguinte, pegaram estrada rumo à Cidade Maravilhosa, eles e a amiga. Tiveram um dia perfeito, e ‘ele’ cada vez mais se envolvendo nessa situação, que ainda não tivera sido definida. Foi um típico dia de casal. Andaram a mãos dadas pelo shopping, pela praia, contemplaram a paisagem, tomaram água de coco e até banho de chuva. Ao final do dia, então, retornaram à sua cidade. Foi “o melhor sábado de sua vida”, ‘ele’ rotulou, pois foi ali que ele decidiu que levaria aquela história a diante. Sim, ele não queria se envolver, pois o futuro era incerto e não queria se arriscar, por medo, medo do que pudesse, ou viesse a acontecer, a sofrer, mas decidiu “pagar para ver”.
No domingo, véspera de completarem um mês, eles se encontraram novamente. Dessa vez em um restaurante japonês, seus olhos brilhavam ao se olharem. Foram novamente para casa ‘dela’ após o “jantar”, deixaram Cristina, a amiga ‘dele’, em casa, e foram tal qual um casal... Namoraram, conversaram, despediram-se, pois a viagem ‘dela’ era na manhã seguinte. E, neste dia, incumbido na entrega do carro, ‘ele’ decidiu que não poderia deixa-la partir sem antes um abraço de boa viagem. Atrasou-se para a entrega, mas foi até a rodoviária. Esbaforido e com medo de não ter dado tempo, ele ligou:
- Oi, bom dia, como está?
- Bom dia! Estou bem, e você?
- Estou bem, também – rs – Já embarcou?
- Não.
- E onde está? – correndo pela rodoviária feito um maluco.
- No desembarque. – ela disse.
- Hum? Como? No embarque, você quis dizer, não? – risos
- Não, estou perto do desembarque. Estava tomando um café.
Foi quando ‘ele’ se virou e a viu assentada em um banco, arrumando algo na bolsa, aproximou-se e disse: - Bom dia! Então pensou que a deixaria partir sem um “último abraço”?
O ônibus com destino ao aeroporto encostara, a hora do embarque se aproximava. Abraçaram-se forte, mais uma vez se despediram, e partiram cada um ao seu “destino”.
O que será que vai acontecer com esses dois, até agora não sei, mas, parafraseando Vinícius, o lema escolhido por eles foi “Que seja infinito enquanto dure.”.

15 de Novembro

Nunca se ouviu dizer em “histórias de amor na primavera”, ouve-se, sempre, dizer em “ meu amor de verão”. É, aquelas coisas que acontecem durante as férias de verão, quando se sai em viagem e acaba conhecendo alguém que marca esse período, que, diga-se de passagem, é muito bom.
Pois bem, vou lhes contar uma “história de amor de primavera”.
Era um dia como outro qualquer, várias coisas a se fazer, almoço com os pais, shopping com as amigas, e à noite, festinha. Após uma longa semana de trabalho sob o brilho e calor intenso do sol, logo neste dia, o clima resolveu virar. Foi um dia cinza, com um vento “sudoeste” irritante, e quando a noite chegou, o frio estava “de matar”. Mesmo que a festa já estivesse marcada há semanas, com as entradas em mãos, ‘ele’ havia perdido a vontade de sair. Estava cansado e desestimulado a fazer tal coisa naquele dia. Mas, como nunca se está sozinho, suas amigas tanto insistiram que ele acabou se decidindo em ir, mesmo que a “contra gosto”.
Decidiram-se por não fazer o famoso “esquenta” de sempre antes das baladas que costumavam ir. Após todos prontos, pegaram o táxi e rumaram ao local.
A casa estava cheia. Gente bonita, de muito bom gosto, e, de certa forma, interessante, mas ‘ele’ sabia que ali não era um lugar propício a acontecer qualquer situação que não fosse curtir a noite ao lado delas.
Nem sempre as coisas são como se pensa.
A festa estava animada, som bacana, ambiente legal. Enquanto ‘elas’ “estudavam o local”, ele só pensava em beber e dançar, afinal, era “o que tinha pra hoje”, até que o inesperado aconteceu, uma simples troca de olhares o fez sentir que algo pudesse acontecer, mas não se “ligou” muito. Continuou a beber e dançar. A noite corria solta, ‘elas’ aproveitando ao máximo, ‘ele’, tomado de uma inquietação, buscava aqueles olhos em meio a multidão. Para sua surpresa, um toque aconteceu quando retornava do banheiro, seguido de um sussurro ao pé do ouvido: “- Vou e já volto!”. Sem muita reação, ‘ele’ foi ao encontro delas, com um leve sorriso no rosto, quando uma delas  virou-se e disse que alguém o procurava por ali.
Algum tempo depois, eles se aproximaram e saíram à parte externa da boate para conversar, e de repente, um beijo aconteceu para quebrar o silêncio que havia pousado sobre os dois. Resolveram voltar à pista, onde estavam suas amigas. Num primeiro momento, mantiveram uma certa distância e, com um tempo, aproximaram os dois grupos, e enquanto todas elas se divertiam, eles passaram a noite juntos, curtindo o som, o ambiente, a si mesmos.
“Lá pelas tantas”, a festa já quase no fim, ‘ele’ resolveu ir embora, suas amigas também, e, mesmo que eles tivessem passado “all night  long together”, o ‘outro’ não havia, ainda, passado o telefone, então “ele” resolveu perguntar. Trocaram os números, e antes de partir o ‘outro’ o convidou a ir para sua casa, mas ele negou, afirmando que poderiam se encontrar mais tarde para uma conversa mais formal.
Como prometido, encontraram-se no shopping, conversaram sobre a noite anterior, rindo muito de tudo o que havia acontecido. Ao final, ‘ele’ resolveu levar o ‘outro’ em casa, e acabou aceitando o convite a subir.
Renderam-se a um longo e demorado beijo.
Despediram-se.
‘Ele’ pensou que havia acabado ali, mas não, as trocas de mensagens se estenderam durante a semana, seguidas de dois encontros. E assim permaneceram por semanas. Embora existissem planos, eles se decidiram em continuar a “se conhecerem” melhor. Fizeram planos, e até mesmo um fluxograma, que, segundo o ‘outro’, era aderente. Seguiriam “juntos” até as proximidades do Natal daquele ano, até que tais planos sofreram mudanças, e o ‘outro’ teve que adiantar sua “partida”.
A uma semana de acontecer, eles se entregaram a fortes emoções e acontecimentos, o que causou um crescimento de determinados sentimentos, e agora não se sabe o que possa vir a acontecer. O tempo será de um longo e interminável mês. Estarão longe um do outro, fisicamente, ressalvo, durante as datas comemorativas de fim de ano, aguardando o que possa vir a acontecer após o 13 do mês seguinte.
Por isso, ‘ele’ resolveu dizer:

“- Tendo como um incerto futuro, por tudo o que aconteceu, e por tudo que possa vir a acontecer, saiba que você foi e é “meu amor de primavera”, de uma intensidade tal qual “um amor de verão”.

sábado, 27 de dezembro de 2014

Alucinação

Hoje acordei com você na cabeça,
Por um instante não o reconheci,
Fiquei maluco.
Quem seria esse ser tão lindo em meus pensamentos!?
De repente, num soprar leve do vento,
Lembrei-me de que você é o 'kara
Que muito me tem feito feliz,
E a quem escolhi para viver e amar,
Quem sabe até o mundo acabar.

Substantivo Abstrato

E quando dói o peito sem ao menos saber o porquê?
E quando se pensa ser saudade?
E o que possa ser saudade?
Engraçado é sentir saudade, sem ao menos saber do que...
Sem ao menos ter do que sentir saudade.
Saudade mata, corrompe, corrói, destrói...
Saudade da falta, do toque, da voz...
Saudade do que não foi... Ou do que queria que fosse...
Saudade é ficar assim, maluco sem saber o porquê?
É escrever sem sentido o que se tem sentido.
Agora entendo o porquê de saudade ser classificada como substantivo abstrato...
Saudade é isso...
Sentimento abstrato subjetivo indefinido não classificado.

Início

Ele é o início de tudo
Com ele, somos capazes
De nos rendermos ao momento
E se um arrepio acontece
Não adianta mais tentar fugir
Tentar correr
A chamada química já aconteceu
Depois do primeiro
Muitos outros virão
Na testa, na bochecha, na boca
Cada um com seu sentido e intensidade
Cada um de um jeito diferente
Na testa, sinal de respeito...
Na bochecha, carinho...
Na boca...
Ah, na boca o desejo de
Novamente o arrepio sentir
E quando ele vem,
Dessa vez muito intenso
Desencadeia cada vez mais arrepios
Alucinações
Delírios
E quando termina,
Sela o vínculo.
Depois de tudo, quando chega a hora
Novamente o primeiro momento
O ciclo se retoma...
Ele retorna sinalizando o carinho
O respeito, o amor...
Ele retorna como no início,
E arrepia, emociona, alegra.
Ele, é o início de tudo.