Depois de duas longas semanas se conhecendo, próximo à despedida, ‘ele’
decidiu passear. Ele e uma amiga resolveram alugar um carro, arrumar as “malas”
e irem ao Rio de Janeiro.
Durante um dos “últimos” encontros, três dias antes do final de semana,
‘ele’ resolveu convidá-la a ir junto nesse passeio. Na esperança de ouvir um
“não” como resposta, ele recebeu um “talvez”. A pessoa disse que, em virtude da
viagem que teria a trabalho, precisaria trabalhar no sábado para que não deixasse
nada pendente, e que talvez não pudesse ir. Por incrível que pareça, ‘ele’
ficou tranquilo, e por mais que “não quisesse” de fato a companhia, ficou
cabisbaixo com a resposta. – Vai entender –.
Haviam combinado de passar a noite da “última sexta-feira” juntos, então ‘ele’
decidiu que, como estavam às vésperas do natal, compraria uma “lembrancinha”.
Não queria nada que fosse de muito valor sentimental. Queria algo que fosse
“simples”, mas que atingisse o objetivo de ser especial para o momento. Foi ao
shopping na quinta-feira anterior e, em meio a uma confusão sobre o que dar ou
não, decidiu-se por algo “neutro”.
Na sexta-feira, saíram à noite para jantar. Foram a um lugar onde se
podia ouvir um som ao vivo, não que tenha sido o melhor som, aliás, a dupla
assassinou não somente o português, mas também qualquer música em inglês que
tentaram cantar, ou balbuciar, ou sei lá... Era um lugar bacana, tranquilo,
agiram até como se fossem um casal de longa data. Carinhos, abraços, fotos,
momentos que ficariam, ou melhor, que ficarão na memória por muito tempo. ‘Ela’
disse que havia resolvido tudo na empresa e que poderia, sim, acompanha-lo ao
Rio. ‘Ele’, num misto de sentimentos, não soube como reagir, como se expressar.
Ficou feliz, mas, no fundo, ele sabia que aquele passeio seria um momento
“crucial” para aquele relacionamento. Foram para casa ‘dela’, curtiram-se tão
intensa e unicamente que acabaram dormindo abraçados. Na manhã seguinte,
pegaram estrada rumo à Cidade Maravilhosa,
eles e a amiga. Tiveram um dia perfeito, e ‘ele’ cada vez mais se envolvendo
nessa situação, que ainda não tivera sido definida. Foi um típico dia de casal.
Andaram a mãos dadas pelo shopping, pela praia, contemplaram a paisagem,
tomaram água de coco e até banho de chuva. Ao final do dia, então, retornaram à
sua cidade. Foi “o melhor sábado de sua vida”, ‘ele’ rotulou, pois foi ali que
ele decidiu que levaria aquela história a diante. Sim, ele não queria se
envolver, pois o futuro era incerto e não queria se arriscar, por medo, medo do
que pudesse, ou viesse a acontecer, a sofrer, mas decidiu “pagar para ver”.
No domingo,
véspera de completarem um mês, eles se encontraram novamente. Dessa vez em um
restaurante japonês, seus olhos brilhavam ao se olharem. Foram novamente para
casa ‘dela’ após o “jantar”, deixaram Cristina, a amiga ‘dele’, em casa, e
foram tal qual um casal... Namoraram, conversaram, despediram-se, pois a viagem
‘dela’ era na manhã seguinte. E, neste dia, incumbido na entrega do carro, ‘ele’
decidiu que não poderia deixa-la partir sem antes um abraço de boa viagem.
Atrasou-se para a entrega, mas foi até a rodoviária. Esbaforido e com medo de
não ter dado tempo, ele ligou:
- Oi, bom
dia, como está?
- Bom dia!
Estou bem, e você?
- Estou bem,
também – rs – Já embarcou?
- Não.
- E onde
está? – correndo pela rodoviária feito um maluco.
- No
desembarque. – ela disse.
- Hum? Como?
No embarque, você quis dizer, não? – risos
- Não, estou
perto do desembarque. Estava tomando um café.
Foi quando ‘ele’
se virou e a viu assentada em um banco, arrumando algo na bolsa, aproximou-se e
disse: - Bom dia! Então pensou que a deixaria partir sem um “último abraço”?
O ônibus com
destino ao aeroporto encostara, a hora do embarque se aproximava. Abraçaram-se
forte, mais uma vez se despediram, e partiram cada um ao seu “destino”.
O
que será que vai acontecer com esses dois, até agora não sei, mas,
parafraseando Vinícius, o lema escolhido por eles foi “Que seja infinito
enquanto dure.”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário