A ManuScritos
quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
O Torpor
Ali eu estava. Pendurado pelas pontas dos dedos. Forças me faltavam. Nada mais havia. A não ser a esperança de uma palavra que me confortasse. Uma mão que me amaparasse. Mas não. Tudo o que tive foi o último empurrão. O pior de todos. Pior porque veio de quem eu menos esperava. Sim. Veio de quem eu mais amava. Enquanto caía. Olhava para cima. Em seus olhos fixei os meus. Procurava olhar fundos naqueles olhos. A única coisa que me ocorria era "Por que?". Por que você? De repente meu corpo gelou. Anestesiado estava. Nada mais sentia. A certeza que tinha. Única. E tão somente. Era de que ao fundo havia chegado. Nada mais importa. Agora. Incosciente(mente) sei que respiro. E se respiro. Sei que conseguirei levantar. Me reerguer. E subir. Talvez demore. Talvez não. Sei que consigo. Sempre consigo.
Untitled
Sentado aqui, observando esta imensidão a minha frente, me pego pensando em você.
Como eu queria que estivesse aqui comigo, agora, nesta exato momento.
O sol se põe, a noite cai, a lua aparece.
Linda, bela, brilhante, cheia.
Circundada de estrelas, torna a paisagem ainda mais bela.
O que torna ainda maior a saudade.
Do outro lado avisto o símbolo do amor maior, lá no alto.
Indago a Ele o por quê de ser assim.
O por quê de tê-lo assim, dentro do peito, mas tão longe de mim.
Então volto a o.har a lua brilhando no céu, lá no alto, unipotente.
Entendo a resposta dEle.
Agarro-me ao pingente, fecho os olhos e sinto a brisa, de leve, tocar meu rosto, suave como seus beijos.
De repente sinto seu cheiro, aquele cheiro que só você tem, abro os olhos e desesperadamente me vejo a te procurar em meio aos transeuntes que por mim passam.
E passam.
E passam.
Mas você não.
Você não passa,
Você não vem.
Sei que serão longos os dias até que possamos juntos estar novamente.
Enquanto isso, o que me resta?
A brisa,
O mar,
Seu perfume,
O luar.
terça-feira, 2 de junho de 2015
A Tormenta Do
Estranho é pensar que antes tudo era motivo para sorrir de canto.
Quando ouvia tua voz ao telefone. Quando virar as noites conversando sobre qualquer coisa era mais prazeroso que ir para cama e virar-se de um lado para o outro. Quando era menos chato ouvir repetidamente os mesmos assuntos... e rir ao final...
Estranho é pensar que hoje em dia já não existe a vontade de conversar sobre qualquer coisa, virando a noite comentando repetidamente certas coisas. Estranho é pensar que tudo é chato, é repetitivo. Estranho é pensar que há pouco o sintoma era outro, e agora já não se sinta mais a vontade de "estar junto", e estranho, ainda, é pensar que se é tratado tal qual inconstante por dizer que as coisas mudaram... ou não, talvez seja mesmo um copo atormentado pela tempestade que vem de onde não se sabe...
quinta-feira, 9 de abril de 2015
Não Dá!
“Sabe aquele sorriso que vem depois de um beijo?
Eu adoro ficar admirando esse sorriso em seus
lábios.
O beijo é um sintoma de que as palavras já não são
mais suficientes para expressar amor,
Seja este entre homens e mulheres, gays ou
lésbicas.
É a prova mais viva de que é possível existir amor,
E de que o símbolo do amar
faz com que
Nada em volta precisa importar.
O beijo pra mim é o momento mais sublime da
relação.
Você consegue fazer sexo sem beijar,
Mas fazer amor sem beijo é impossível,
Não
dá!”
terça-feira, 20 de janeiro de 2015
Quatro e Trinta e o Delay
E em consequência?...
Em consequência de quê?
Não entendi!!
Em consequência você saiu, bebeu, fez o que não
deveria e se arrependeu.
Então ligou, uma duas, e nada.
Escreveu: “preciso falar-te agora!”
Então ligou uma, duas, e nada de novo.
Escreveu novamente, dessa vez dizendo o que sente.
Sente saudade do “amor” a esta hora distante.
E que chorava de saudade, paixão, amor...
Quando li, sorri e, até em voz alta, pensei: “Eu já
sabia!”
No fim o que restou?
Suco de cajá e a hora...
Já eram quatro e trinta, mas havia o delay.
Tranquilo,
então, não é que fiquei!?
domingo, 28 de dezembro de 2014
Um dia inesquecível
Depois de duas longas semanas se conhecendo, próximo à despedida, ‘ele’
decidiu passear. Ele e uma amiga resolveram alugar um carro, arrumar as “malas”
e irem ao Rio de Janeiro.
Durante um dos “últimos” encontros, três dias antes do final de semana,
‘ele’ resolveu convidá-la a ir junto nesse passeio. Na esperança de ouvir um
“não” como resposta, ele recebeu um “talvez”. A pessoa disse que, em virtude da
viagem que teria a trabalho, precisaria trabalhar no sábado para que não deixasse
nada pendente, e que talvez não pudesse ir. Por incrível que pareça, ‘ele’
ficou tranquilo, e por mais que “não quisesse” de fato a companhia, ficou
cabisbaixo com a resposta. – Vai entender –.
Haviam combinado de passar a noite da “última sexta-feira” juntos, então ‘ele’
decidiu que, como estavam às vésperas do natal, compraria uma “lembrancinha”.
Não queria nada que fosse de muito valor sentimental. Queria algo que fosse
“simples”, mas que atingisse o objetivo de ser especial para o momento. Foi ao
shopping na quinta-feira anterior e, em meio a uma confusão sobre o que dar ou
não, decidiu-se por algo “neutro”.
Na sexta-feira, saíram à noite para jantar. Foram a um lugar onde se
podia ouvir um som ao vivo, não que tenha sido o melhor som, aliás, a dupla
assassinou não somente o português, mas também qualquer música em inglês que
tentaram cantar, ou balbuciar, ou sei lá... Era um lugar bacana, tranquilo,
agiram até como se fossem um casal de longa data. Carinhos, abraços, fotos,
momentos que ficariam, ou melhor, que ficarão na memória por muito tempo. ‘Ela’
disse que havia resolvido tudo na empresa e que poderia, sim, acompanha-lo ao
Rio. ‘Ele’, num misto de sentimentos, não soube como reagir, como se expressar.
Ficou feliz, mas, no fundo, ele sabia que aquele passeio seria um momento
“crucial” para aquele relacionamento. Foram para casa ‘dela’, curtiram-se tão
intensa e unicamente que acabaram dormindo abraçados. Na manhã seguinte,
pegaram estrada rumo à Cidade Maravilhosa,
eles e a amiga. Tiveram um dia perfeito, e ‘ele’ cada vez mais se envolvendo
nessa situação, que ainda não tivera sido definida. Foi um típico dia de casal.
Andaram a mãos dadas pelo shopping, pela praia, contemplaram a paisagem,
tomaram água de coco e até banho de chuva. Ao final do dia, então, retornaram à
sua cidade. Foi “o melhor sábado de sua vida”, ‘ele’ rotulou, pois foi ali que
ele decidiu que levaria aquela história a diante. Sim, ele não queria se
envolver, pois o futuro era incerto e não queria se arriscar, por medo, medo do
que pudesse, ou viesse a acontecer, a sofrer, mas decidiu “pagar para ver”.
No domingo,
véspera de completarem um mês, eles se encontraram novamente. Dessa vez em um
restaurante japonês, seus olhos brilhavam ao se olharem. Foram novamente para
casa ‘dela’ após o “jantar”, deixaram Cristina, a amiga ‘dele’, em casa, e
foram tal qual um casal... Namoraram, conversaram, despediram-se, pois a viagem
‘dela’ era na manhã seguinte. E, neste dia, incumbido na entrega do carro, ‘ele’
decidiu que não poderia deixa-la partir sem antes um abraço de boa viagem.
Atrasou-se para a entrega, mas foi até a rodoviária. Esbaforido e com medo de
não ter dado tempo, ele ligou:
- Oi, bom
dia, como está?
- Bom dia!
Estou bem, e você?
- Estou bem,
também – rs – Já embarcou?
- Não.
- E onde
está? – correndo pela rodoviária feito um maluco.
- No
desembarque. – ela disse.
- Hum? Como?
No embarque, você quis dizer, não? – risos
- Não, estou
perto do desembarque. Estava tomando um café.
Foi quando ‘ele’
se virou e a viu assentada em um banco, arrumando algo na bolsa, aproximou-se e
disse: - Bom dia! Então pensou que a deixaria partir sem um “último abraço”?
O ônibus com
destino ao aeroporto encostara, a hora do embarque se aproximava. Abraçaram-se
forte, mais uma vez se despediram, e partiram cada um ao seu “destino”.
O
que será que vai acontecer com esses dois, até agora não sei, mas,
parafraseando Vinícius, o lema escolhido por eles foi “Que seja infinito
enquanto dure.”.15 de Novembro
Nunca se
ouviu dizer em “histórias de amor na primavera”, ouve-se, sempre, dizer em “
meu amor de verão”. É, aquelas coisas que acontecem durante as férias de verão,
quando se sai em viagem e acaba conhecendo alguém que marca esse período, que,
diga-se de passagem, é muito bom.
Pois
bem, vou lhes contar uma “história de amor de primavera”.
Era um
dia como outro qualquer, várias coisas a se fazer, almoço com os pais, shopping
com as amigas, e à noite, festinha. Após uma longa semana de trabalho sob o
brilho e calor intenso do sol, logo neste dia, o clima resolveu virar. Foi um
dia cinza, com um vento “sudoeste” irritante, e quando a noite chegou, o frio
estava “de matar”. Mesmo que a festa já estivesse marcada há semanas, com as entradas
em mãos, ‘ele’ havia perdido a vontade de sair. Estava cansado e desestimulado
a fazer tal coisa naquele dia. Mas, como nunca se está sozinho, suas amigas
tanto insistiram que ele acabou se decidindo em ir, mesmo que a “contra gosto”.
Decidiram-se
por não fazer o famoso “esquenta” de sempre antes das baladas que costumavam
ir. Após todos prontos, pegaram o táxi e rumaram ao local.
A casa estava cheia. Gente bonita,
de muito bom gosto, e, de certa forma, interessante, mas ‘ele’ sabia que ali
não era um lugar propício a acontecer qualquer situação que não fosse curtir a
noite ao lado delas.
Nem
sempre as coisas são como se pensa.
A festa
estava animada, som bacana, ambiente legal. Enquanto ‘elas’ “estudavam o
local”, ele só pensava em beber e dançar, afinal, era “o que tinha pra hoje”,
até que o inesperado aconteceu, uma simples troca de olhares o fez sentir que
algo pudesse acontecer, mas não se “ligou” muito. Continuou a beber e dançar. A
noite corria solta, ‘elas’ aproveitando ao máximo, ‘ele’, tomado de uma
inquietação, buscava aqueles olhos em meio a multidão. Para sua surpresa, um
toque aconteceu quando retornava do banheiro, seguido de um sussurro ao pé do
ouvido: “- Vou e já volto!”. Sem muita reação, ‘ele’ foi ao encontro delas, com
um leve sorriso no rosto, quando uma delas virou-se e disse que alguém o procurava por
ali.
Algum
tempo depois, eles se aproximaram e saíram à parte externa da boate para
conversar, e de repente, um beijo aconteceu para quebrar o silêncio que havia
pousado sobre os dois. Resolveram voltar à pista, onde estavam suas amigas. Num
primeiro momento, mantiveram uma certa distância e, com um tempo, aproximaram
os dois grupos, e enquanto todas elas se divertiam, eles passaram a noite
juntos, curtindo o som, o ambiente, a si mesmos.
“Lá
pelas tantas”, a festa já quase no fim, ‘ele’ resolveu ir embora, suas amigas
também, e, mesmo que eles tivessem passado “all
night long together”, o ‘outro’ não
havia, ainda, passado o telefone, então “ele” resolveu perguntar. Trocaram os
números, e antes de partir o ‘outro’ o convidou a ir para sua casa, mas ele
negou, afirmando que poderiam se encontrar mais tarde para uma conversa mais
formal.
Como
prometido, encontraram-se no shopping, conversaram sobre a noite anterior,
rindo muito de tudo o que havia acontecido. Ao final, ‘ele’ resolveu levar o
‘outro’ em casa, e acabou aceitando o convite a subir.
Renderam-se a um longo e demorado
beijo.
Despediram-se.
‘Ele’
pensou que havia acabado ali, mas não, as trocas de mensagens se estenderam
durante a semana, seguidas de dois encontros. E assim permaneceram por semanas.
Embora existissem planos, eles se decidiram em continuar a “se conhecerem”
melhor. Fizeram planos, e até mesmo um fluxograma, que, segundo o ‘outro’, era
aderente. Seguiriam “juntos” até as proximidades do Natal daquele ano, até que
tais planos sofreram mudanças, e o ‘outro’ teve que adiantar sua “partida”.
A uma
semana de acontecer, eles se entregaram a fortes emoções e acontecimentos, o
que causou um crescimento de determinados sentimentos, e agora não se sabe o
que possa vir a acontecer. O tempo será de um longo e interminável mês. Estarão
longe um do outro, fisicamente, ressalvo, durante as datas comemorativas de fim
de ano, aguardando o que possa vir a acontecer após o 13 do mês seguinte.
Por
isso, ‘ele’ resolveu dizer:
“- Tendo
como um incerto futuro, por tudo o que aconteceu, e por tudo que possa vir a
acontecer, saiba que você foi e é “meu amor de primavera”, de uma intensidade
tal qual “um amor de verão”.
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