quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

O Torpor

Ali eu estava. Pendurado pelas pontas dos dedos. Forças me faltavam. Nada mais havia. A não ser a esperança de uma palavra que me confortasse. Uma mão que me amaparasse. Mas não. Tudo o que tive foi o último empurrão. O pior de todos. Pior porque veio de quem eu menos esperava. Sim. Veio de quem eu mais amava. Enquanto caía. Olhava para cima. Em seus olhos fixei os meus. Procurava olhar fundos naqueles olhos. A única coisa que me ocorria era "Por que?". Por que você? De repente meu corpo gelou. Anestesiado estava. Nada mais sentia. A certeza que tinha. Única. E tão somente.  Era de que ao fundo havia chegado. Nada mais importa. Agora. Incosciente(mente) sei que respiro. E se respiro. Sei que conseguirei levantar. Me reerguer. E subir. Talvez demore. Talvez não. Sei que consigo. Sempre consigo.

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